Na noite de quarta-feira, 21 de junho, o Conselho da Mulher Empresária da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (CME da Aces) realizou a XXI Mostra Cultural, com a entrega da Medalha Mérito Cultural Wilson Dias da Fonseca a quatro ícones da cultura santarena. A programação fez parte da programação de aniversário de Santarém, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura.
Realizada desde 2001, a Medalha Mérito Cultural é concedida as personalidades, artistas e instituições, que contribuem para cultura santarena, por meio de ações profissionais e colaborativas. Receberam as honrarias: Boto Cor de Rosa, Boto Tucuxi e Luis Alberto Garcia de Jesus, “in memoriam”, e Homenagem Especial para o desembargador aposentado e compositor, Vicente José Malheiros da Fonseca.
Vicente José Malheiros da Fonseca é santareno, filho do compositor Wilson Fonseca (Maestro Isoca) e D. Rosilda Malheiros da Fonseca. Desembargador Aposentado do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, sediado em Belém (PA), magistrado trabalhista de carreira desde 1973, há cerca de 50 anos, tendo atuado nos Estados do Pará, Amazonas, Amapá e Roraima. É compositor desde 1958, acumulando em sua obra musical mais de 2.400 peças, em diversos gêneros (canto, coral, piano solo e a 4 mãos, sacras, violão, banda, conjuntos camerísticos para formações instrumentais e/ou vocais e peças orquestrais); hinos (mais de 150, como o “Hino da Justiça do Trabalho” e o “Hino da Associação Comercial e Empresarial de Santarém”).
Ainda constam em sua obra musical a série Valsas Santarenas (140); canções sobre poemas de Fernando Pessoa e Luís Vaz de Camões; ciclo de canções dedicadas a cantoras líricas; ciclo de canções sobre o boto amazônico; Sonatina Amazônica; Ave Maria; Ritual Sinfônico (4); Sonata para Violino e Piano; Fantasia para Piano (3); Camerata para 12 instrumentos; Suíte Tapajônica; Suíte Amazônica; Abertura de Concerto nº 1; Sinfonia do Tapajós; Pequena Sinfonia da Paz e outras.
Entre outras atribuições, Vicente Malheiros é autor da Obra coletiva “Transformações e Desafios à Efetividade dos Direitos e Garantias Fundamentais” e autor do livro “A Vida e a Obra de Wilson Fonseca (Maestro Isoca)”.
Luis Alberto Garcia de Jesus desde a infância se dedicou a música, conquistando uma carreira musical por ser um exímio conhecedor da cultura de Alter do Chão. Aos 12 anos já participava dos rituais culturais dos Borari na companhia de seus pais. Na década de 80 começou a documentar e registrar o que via e ouvia, sendo um folião assíduo da festa do Çairé. Em 1987 iniciou sua carreira de compositor, compondo a letra da música do grupo folclórico “Cheiro do Sairé”. Em 1992 compôs outras canções para o grupo folclórico “Boi da Vila”.
Na renovação do festival do Çairé, em 1997, Luis Alberto passou a ser membro da comissão de cultura, e como compositor, cantor e rezador, com suas composições para os botos Tucuxi e Cor-de-rosa. Em 1998 assumiu a autoria das músicas do Boto Tucuxi, juntamente com outros compositores nativos, assumindo a presidência do Boto nos anos de 2002, 2003, 2006 e 2007. Produziu 10 CDs, recuperou em áudio a folia do Çairé e eternizou as ladainhas, rezas e cantorias, graças ao apoio incondicional de todos os gestores municipais que viam nele o potencial que atravessou gerações.
Boto Cor de Rosa – apresentou-se pela primeira vez na Festa do Çairé em 1997, impulsionado pelos incentivos do senhor Ormindo Sardinha de Vasconcelos (já falecido), em introduzir os cordões do Botos no folclore de Alter do Chão. O enredo da primeira apresentação contou com a participação do senhor Mauro Luiz Lobato de Vasconcelos, acompanhado do senhor Joel Antônio Coêlho. Em 1998 foi criado a Associação Folclórica Boto Cor de Rosa, conquistando 10 títulos, produzindo 15 CDs e 200 músicas.
Boto Tucuxi – Desde 1999, o Grupo Sociocultural Boto Tucuxi é um forte defensor da arte no município de Santarém, sendo que em total de 21 espetáculos apresentados que personificam a história do povo em cores e emoções no Festival dos Botos em Alter do Chão, 11 deles sagram-se campeões na competição. Com a gestão de Toninho Araújo, o Boto da preservação defende o título de atual campeão do festival, resultado de um espetáculo extasiante de amor a nossa tradição, que marcou o retorno da grande Festa em 2022. Em meio a paixão, cores, e alegria aproximadamente 600 brincantes que compõe o Boto Tucuxi leva esse amor pelo nosso Boto Preto a navegar por caminhos inimagináveis.